segunda-feira, 15 de julho de 2013


Jacareí também tem Saci!



Muito se conta sobre o serzinho lendário conhecido como Saci. Todos já ouvimos sua história e conhecemos as suas estripulias.
No Vale do Paraíba, porém, ele adquiriu um novo visual, e existe até em versão feminina, em Canas:  a Sacizinha, conforme nos conta Sonia Gabriel em seu livro Mistérios do Vale.
Essa historia do saci de Jacareí foi contada por dona Zulmira, que sabia de muitas lendas e de muitos causos.
Vamos à sua versão:
“A historia do saci aconteceu aqui, na esquina de minha rua (hoje Av. faria Lima) Foi mais ou menos em 1945, porque a rua ainda não tinha luz elétrica. As crianças estava brincando, daí vieram correndo e falaram: “Mãe, olha aquele menino!” O menino não andava no chão. O menino era só vento. E assoviava : fifififififififi. Eu estranhei e disse:  Isso não é menino nada! Daí nói fiquemo duro e ele ali: fififififififi. Assim ó: ele é um vurto preto e solta um assovio ardido.
Então eu comecei a rezar. Ele desviou de mim e entrou no meio de uma ramada grande de cipó.
“Mãe, ele entrou lá, meu filho disse. Nesse momento eu pedi a ajuda de Deus pra eu chegar na minha casa com as crianças. Ele atravessou a estrada e entrou na bananeira lá do quintal.
Nói  entremo  no terreiro e ele ficou zanzando no quintal. A vizinha me chamou e perguntou: Você não viu nada? Eu disse: Fique quieta, que ele veio com nói. Daí ele deu de novo aquele assovio ardido, ardido e as criança tudo veio dormi comigo no quarto. Às 3 horas da manhã o meu marido chegou e ele sabia uma oração que era pra atropelar esse povo, daí o coisinha foi pro meio dos bambús da Escola Profissional, que é onde ele morava. Ali do lado da escola era um cafezeiro. Do lado de cá era um bambueiro. A gente morava no meio do mato. Aqui era tudo caminho. Tinha gabriela  pra cá, gabriela pra lá no meio das picadas. Quando eu tinha que levar marmita pro meu marido na Estação. Eu tinha que passar por aqui. Saia lá no mata burro e do mata burro na linha. Meu marido não podia ensinar a oração pra mim, que era serviço da família dele, mas como eu disse que não ia ficar com os meus filho no meio do bambual cheio de saci, ele me ensinou, mas eu nunca que passei ela pra ninguém. A gente tem de cumprir as promessa, não é mesmo?

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