domingo, 4 de maio de 2014


Memórias dos pracinhas de Jacareí na Itália: Antonio Sanches Palma

Muitos foram os pracinhas brasileiros e jacareienses que lutaram na Segunda Guerra Mundial, na Itália. A história de cada um, certamente, daria um livro, como já há muitos escritos. O espaço deste livro, infelizmente, não me permitirá contar as histórias de todos eles, mas, ficam aqui mais alguns relatos, desta vez feitos por seus filhos, para que honremos, para sempre, a sua memória.

Antonio Sanches Palma
Antonio Sanches Palma  

Nasceu em Jacareí em 13 de junho de 1922, filho de imigrantes espanhóis que vieram ao Brasil em busca de uma vida melhor.  A família estabeleceu-se em Jacareí, na área rural. Aos treze anos, quando seus pais vieram morar na Av. Pedra Santa, centro de Jacareí, começou a estudar e se preparar para novos desafios. Serviu o exército em Caçapava. Em 1942 a FEB convocou todos os solteiros para treinamento. Em seguida, já embarcam para o porto do Rio de Janeiro ruma à Itália para se juntarem ao exército americano na 2º Guerra-Mundial. Seguiram-se 229 dias de combate na 5ª infantaria do exército americano incorporado ao 4º corpo.
FEB em sua chegada à Itália
Desembarcaram na cidade de Nápoli e passaram muito frio e fome, pois o nosso exército não estava preparado para o frio europeu, seus uniformes não eram adequados. O exército americano, vendo a situação dos  pracinhas brasileiros, forneceu roupas adequadas e comida. Em seu primeiro ataque, no monte Belvedere, em uma trincheira, com ajuda dos companheiros, o grupo brasileiro fez muitos prisioneiros. No segundo ataque, na tomada da cidade de Montese, Antonio Sanches  ficou preso por onze horas sob artilharia pesada do inimigo, vendo seus companheiros serem atingidos e mutilados sem que nada pudesse fazer. Em 15 de abril de 1945, sob forte bombardeio com fogo de morteiro e canhão, foi atingido na coxa e abdômen por estilhaço de morteiro calibre 88. Entre a vida e a morte, foi levado para a cidade de Pistóia para ser operado, depois para a cidade de Livarnio para se recuperar e voltar ao front.

Pracinhas identificados
“Tenho muito orgulho de ter participado e ajudado a escrever uma das mais
sofridas História da Força Expedicionária Brasileira”, sempre dizia. De volta ao Brasil, recomeçou sua vida trabalhando na Indústria Farmacêutica  Pedra Santa, onde exercia o cargo de encarregado, mas devido aos ferimentos e traumas pós guerra aposentou-se pelo exercito como 2° Tenente.
Em 1948 casou-se com Maria Francisca, abriu um comércio na Rua Santa Rosa, centro de Jacareí, onde morou e criou seus nove filhos por mais de 35 anos. Mais tarde, cansado do comércio, veio a trabalhar como taxista no ponto caçula até seus 83 anos. Faleceu em 2012, deixando filhos, netos, bisnetos e tataranetos. (informações prestadas por sua filha Magali Sanches)

Um comentário:

  1. Nascido na centenário da independência do Brasil e foi garantir a independência do mundo em terras italianas.
    Bom que tenha voltado e reconquistado sua vida.

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