quinta-feira, 27 de junho de 2013


Nasce o livro



Ponte sobre o Rio Paraiba, unindo o centro da cidade ao bairro do São João, vendo-se à esquerda a mansão de Agostinho Paiva, que vendeu a propriedade para o Coronel Diniz, e este, na década de 40 vendeu para o Sr. Lauro Martins, de" portas fechadas", ou seja, com tudo dentro: obras de arte,  mobiliário, prataria, roupas de cama, peças de decoração, e, inclusive, algum dinheiro que se encontrava num velho cofre embutido na parede.

Tudo começou em 1978, quando, para ajudar meus filhos num trabalho escolar sobre Jacareí, eu comecei a pesquisar sua história. Eu sabia sobre a cidade, quando aqui cheguei, em 1965, apenas, que  era  muito antiga (fundada em 1652, elevada à vila em 1653) banhada por um imponente rio, o Paraíba. Um lugarejo que  cresceu e se espalhou por um vale, entre duas majestosas cordilheiras: a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira. Uma vila que, no passado, foi rota de bandeirantes e terra de muitos barões do café, mas, o que mais? O que mais?
Não havia livros sobre a historia de Jacareí. Não existia o computador. As informações eram muito vagas e genéricas. Assim, fui me aproximando, aos poucos, de pessoas que poderiam dar-me alguma orientação. Era o início da década de setenta.

A Prefeitura, à época, promovia concursos literários, festivais de música, saraus de poesia, mostras de arte, cursos de Folclore: um território propício para minhas investidas culturais e conquista de novos amigos. Inscrevi-me e fui premiada no concurso literário, que tinha como tema A cidade e o rio. Conheci então, poetas e jornalistas.  Minha crônica, Cidade Cidade Ci
foi publicada no jornal O Combate. Antoninho Lorena,  redator chefe, gostou tanto que me convidou para ser cronista. Aceitei e não parei mais de escrever!
Matriculei-me no curso sobre o Folclore do Vale do Paraíba, ministrado pelo querido Francisco Pereira da Silva, carinhosamente chamado por todos de Chico Triste. Encantei-me com ele e com os causos e lendas da região. Conheci, então, dona Ruth Guimarães, e, com eles, descobri um novo Vale do Paraiba.
Comecei a frequentara única livraria que há pouco fora inaugurada: Livraria  Progresso. Eu e Eunice Ricco da Costa, sua proprietária, atriz, poeta, pintora, mulher muito à frente de seu tempo, tornamo-nos amigas para o resto da vida. Eunice foi convidada, por Antonio Nunes de Moraes, a ocupar o cargo de diretora do Departamento de Cultura Artística da Prefeitura, e me levou para integrar o Conselho recém-formado. E assim eu passei a pertencer a um grupo de pessoas muito interessantes, imbuídas do propósito de valorizar e divulgar a cultura em todos os seus segmentos e que falavam de uma Jacareí fantástica, que existiu no passado. Entre elas estava o Sr. Odilon de Siqueira, ex-prefeito em duas gestões e que conhecia muito bem a historia que eu buscava. Passei a frequentar sua residência onde ele foi me apresentando, aos poucos, a documentos, livros, anotações, fatos e fotos desta cidade conhecida como  Athenas Paulista. Foi ele quem  patrocinou o encontro realizado na casa do Sr. Jarbas Porto de Mattos, com a presença do Professor Décio Moreira, que resultou na gravação  da primeira entrevista sobre a Memória Oral de Jacareí. Ela aconteceu no início de 1978, e foi publicada no jornal O Jacareiense, em 3 de abril do mesmo ano: um sucesso absoluto! Choveram cartas, bilhetes, ligações para o jornal pedindo outras matérias como aquela. Os moradores da cidade  também queriam conhecer melhor a sua história. Entusiasmados com a repercussão inesperada, o Sr. Odilon fez uma lista de pessoas, de sua faixa etária, e a entregou para mim. Era muito importante eu conhecê-las, coletar e divulgar suas lembranças. Foi assim que tudo começou. Nos primeiros encontros, ele acompanhou-me, depois, passei a fazer as visitas sozinha. Minhas reuniões com os antigos moradores de Jacareí prosseguiram por quase vinte anos. As entrevistas passaram a ser publicadas em edições de aniversário da cidade, pelo Diário de Jacareí, sempre com grande repercussão entre os leitores.
Agora, neste livro,irei partilhar com vocês as reminiscências desses homens e mulheres que aqui nasceram, viveram e morreram e que abrangem cinquenta anos da história de Jacareí. A eles, o meu profundo agradecimento, respeito e admiração.

3 comentários:

  1. ...mammy, PARABÉNS!!! sou meio suspeita para elogios, mas tudo está maravilhoso! O site, a obra e logo logo o livro propriamente dito! Jacareí só tem a ganhar e agradecer com esse memorial! E tão logo venham suas outras obras, que já precisam mostrar suas carinhas! Sucesso sempre!!! Te Amo!!!...Luca...

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    Respostas
    1. Ô filha!
      Torcida de família é muito bem vinda, sempre!
      te amo!

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