Palacete do Barão de Santa Branca |
O que mais notável salta à vista a quem passando algumas poucas ruas, entra no largo principal, é a magnífica matriz, acabada de reparar e aumentada de novo, e que, em grandeza e gosto arquitetônico, tem, depois de Pindamonhangaba, o primeiro lugar entre as do norte da província, bem como o magnífico palacete do Senhor Barão de Santa Branca, que ocupa uma das faces inteiras desta não pequena e bem edificada praça...”
“Esta povoação conservou-se por muito tempo em atraso até, nestes últimos anos, pelo desenvolvimento de sua lavoura e, por consequência, de seu comércio, tornando-se mais numerosos os seus habitantes, foi elevada à cidade, e muito tem prosperado e desenvolvido tanto no progresso moral como no seu aformoseamento material.
A casa de misericórdia, que ainda está sendo concluída, e cuja descrição minuciosa sentimos não poder dar aqui, é um edifício digno da filantrópica missão a que está destinada e que muito honra o Sr. Dr. Moutinho, que não só iniciou tão louvável ideia, mas que tem empenhado, com inabalável constância, todos os seus esforços para que o pio estabelecimento se finalize e satisfaça cabalmente os fins de sua instituição.
Além de outros prédios que merecem atenção pela sua regularidade e bom gosto, devemos notar a elegante casa do Sr. A. I. Leitão, acabada com todo esmero, e cujos pintados e dourados salões poderiam receber com orgulho a sociedade mais seleta da capital do Império.
Os edifícios públicos, contando neste número a casa da câmara e a cadeia, não desdizem dos mais que temos observado, e mostram claramente o impulso que em poucos tempos tem recebido a povoação. A produção do café tem prosperado neste município em virtude da excelência de suas terras; mas não podemos dizer ao certo o número de arrobas que já colhe por ano, pois nos faltam inteiramente as informações necessárias. Sabemos apenas que se cultiva o tabaco ou fumo, assim como gêneros alimentícios, em proporção suficiente para o consumo local.
A população do município pode orçar-se em 16 a 18.000 almas.
O comércio é próspero, se bem que poucas ou nenhumas indústrias se tenham desenvolvido no lugar. O caráter dos jacareienses é franco e sociável. Os arrabaldes da cidade são pitorescos e aprazíveis...”
(Zaluar, A.E., apud Lencioni, C. 1991, págs. 35/36)
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