segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014


1932 - A Revolução Constitucionalista em Jacareí

Soldados Constitucionalistas - Jacareí- foto do acervo de Jairo Faria
Tunel da Mantiqueira
Ninho de metralhadora anti aérea na Frente Norte. Foto do blog tudoporsaopaulo 
Missa no Tunel, Foto do blog tudoporsaopaulo
6o. RI de Caçapava. Foto blog tudoporsaopaulo
Soldados Constitucionalistas de Lorena.  Fotos blog tudoporsaopaulo

1932 – A Revolução Constitucionalista em Jacareí
9 de julho – Irrompe a Revolução
A notícia da Revolução Constitucionalista, iniciada em São Paulo, espalha-se  rapidamente por todo o país. Jacareí também se prepara. Francisco Antunes da Costa, prefeito municipal, tão logo recebe a confirmação da notícia, reúne-se com o comandante da Força Pública para tomar as primeiras providências:  alistamento de voluntários para as Forças Constitucionalistas e instalação de postos sanitários e de abastecimento para o exército paulista.
Presidem o movimento o Dr. Paulo de Oliveira Costa (Juiz de Direito), Francisco Antunes da Costa (Prefeito Municipal), Dr. Armando Azevedo (Promotor Público), Dr. Luís Tavares da Cunha (Delegado de Polícia), Antonio Martins de Oliveira e Pedro Ribeiro Moreira. No primeiro mês, alistam-se 174
 (cento e setenta e quatro) voluntários, dos quais 104 são enviados, imediatamente, para frente de batalha. A população também se mobiliza: os alfaiates, liderados por Romeu de Barros passam a reunir-se nos grupos escolares para a confecção de fardas. Criam-se as Ligas Pró- Soldados que recebem da população e enviam para as frentes de batalha os donativos recebidos: alimentos, agasalhos, medicamentos, munição e armas.

Apesar de todos os esforços, São Paulo começa a perder terreno. Em 18 de setembro, a “Folha do Povo” destaca a triste manchete: “A agonia”- São Paulo agora não lutava mais pela vitória, mas sim para evitar uma invasão de seu território. E, São Paulo perde a luta! Dia 2 de  outubro de 32, às 16 h, o General Góes Monteiro fala , pelo rádio à Nação: “Pode São Paulo estar certo de que o governo não o tratará em desigualdade e inferioridade em relação aos outros Estados.”
Inicia-se a retirada das tropas.
Jacareí  precisa providenciar toda a infraestrutura para receber soldados e os refugiados, oferecendo roupas, alojamento, remédios e alimentos. o Sr. Odilon Siqueira, farmacêutico, é convocado pela Delegacia Técnica para prestar assistência aos feridos. Uma cozinha coletiva é montada no Educandário, e até o prédio da Família Mendonça (hoje Mansão do Vale) é requisitado pelo Exército.
Se a Revolução de 32 acabou sendo vitoriosa ou não, é muito discutível, mas  é certo que muitas vidas tombaram em favor do ideal do movimento. A exemplo de muitas cidades paulistas, Jacareí também viu caírem sem vida alguns de seus filhos:
Sargento Acrísio  Sant’Ana: nascido em 2 de setembro de 1902, em Jacareí, combateu desde os primeiros dias da revolução, pelo 6º R.I. No dia 7 de agosto, foi atingido por uma granada que dilacerou suas pernas e o braço esquerdo, e mesmo assim, mortalmente ferido, animou suas tropas a lutarem. Faleceu no mesmo dia no hospital de Silveiras, onde foi sepultado e, posteriormente, teve seu corpo transladado para Jacareí.
Voluntário Gabriel Soares nasceu em 18/07/1904. Combateu no 4º B.C.R. – Batalhão Piracicabano. Teve posição de destaque em vários combates. Foi morto por uma bala de fuzil. Está sepultado em Jacareí.
Soldado Pedro de Souza Ramos nasceu em Jacareí, em 1913. Pertencia ao 1º Batalhão do 6º R.I. Combateu desde o primeiro dia. Sua bravura, no entanto, foi demonstrada por poucos dias, pois, em 15/07, foi atingido por uma rajada de metralhadora. Foi sepultado em São José dos Campos e, posteriormente, transladado para Jacareí.
Benoni Cardoso, Venâncio Ramos e José Amaral Palmeira, nascidos em Jacareí, também deram suas vidas, assim como outros tantos brasileiros, na defesa do ideal que São Paulo, tão nobremente, se fez de porta-voz, a fim de assegurar a cada um de nós o direito de ter um governo legítimo, regido por uma constituição igualmente legítima e que corresponda às aspirações nacionais.

Um comentário:

  1. Aqui em Santos há uma rua denominada 28 de Setembro - todavia, poucos sabem o que representa essa data. Nesse dia, em 1932, São Paulo rendeu-se às forças federais.
    São Paulo perdeu a batalha (a revolução), mas ganhou a guerra (a constituição).
    Orgulho de ser paulista.

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