sábado, 31 de maio de 2014


Memórias da Imigração Japonesa em Jacareí (parte 3)

Fábrica de tijolo de Santoro Namoto
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.24
Familia Horigomi no Rio Abaixo na dácada de 30.
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.24

“Em 1933, existiam 13 famílias de imigrantes japoneses em Jacareí. Entre as décadas de 40 e 50, diversas famílias chegaram à região do Rio Abaixo, dedicando-se à agricultura, principalmente a do tomate. Foram as famílias Tsukada, Misawa, Hamazoki, Demizu, Noda, Nagima, Tanigawa, Maki, Kazuo Tanaka, Massachi Tanaka, Suzuki, Yura, Yoshitomi, Okuda, Mizoguchi, Ishikawa, Tojo, Miyazaki, Horigomi, Hiay, Sato, Nakano, Suguimoto, Nishio, Jimbo e outras.A maioria dessas famílias, inicialmente, veio na condição de arrendatários e, somente mais tarde, puderam adquirir suas próprias propriedades.
Sitio Murakawa em Jacareí .
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.24
Era comum as famílias se ajudarem no trabalho agrícola, no sistema de mutirão.
A produção agrícola dessas famílias era vendida para São Paulo e Rio de Janeiro e para aqueles que se tornaram associados, para a Cooperativa. Parte dela era comercializada no mercado local, que se tornou também um ponto de encontro desses imigrantes. O transporte desses produtos era feito em carroça, carro de boi, carrinho de mão, barco, bicicleta ou cestos.



Armazem da Cooperativa Agrícola de Cotia na década de 40.
Á direita o gerente Yoshimasa Ohata e à esquerda o Sr. Kunitoshi Misawa.
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.25
As famílias que moravam do lado direito do rio, atravessavam a barco para ir à cidade.
À cidade chegaram famílias que se dedicaram também às atividades comerciais e de serviços, como bares, lavanderias e hotelaria. Foi o caso das famílias Iwamoto, Maekawa, Narita, Nagata, Tanisho e Tominaga.
A família Tanisho tornou-se proprietária do antigo Bar Brasil, ponto de encontro da população local e também uma referência para os imigrantes japoneses que aqui chegavam.

Bar Brasil, década de 40. Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.24
Em agosto de 1949, José Quiotaque Tanisho instalou um botequim e uma fábrica de balas na rua Dr. Lúcio Malta. As balas, conhecidas como balas “japonesas” tornaram-se produto de referência para a cidade, assim como o biscoito. A receita da bala, retirada do livro de culinárias de dona Benta pela senhora Murakawa, foi aperfeiçoada pela senhora Hideko Seki Tanisho e, dessa forma, produzida artesanalmente, em larga escala, pela fábrica.” (Kanazawa , J.N  2004, págs. 15 e 16)

Lembrança da Comemoração dos 40 anos da Colonização Japonesa em Jacareí em dezembro de 1968.
Atrás, da esquerda para a direita: Moriaki Ueno, Gerente da Cooperativa, Karazawa, Iwamura e Noda.
Sentados, da esquerda para a direita: Tsuruichi Yamaguchi, Santaro Namoto, o casal Nagata e Kimura
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.20:
“Uma das formas de lazer, a partir da década de 30, foram os cinemas ambulantes, que desempenharam uma importante função de entretenimento para os japoneses e seus descendentes do interior, amenizando a dura vida que levavam.
As projeções dos filmes eram feitas em uma tela de pano branco, somente com a sonorização do narrador. Com o tempo, tornaram-se falados e também coloridos.
O dia do cinema em Jacareí era esperado com grande ansiedade pela comunidade japonesa. Era uma oportunidade de lazer, além de encontrarem amigos e conversarem.
No começo, os filmes eram projetados no Kaikan  do Rio Abaixo, depois na sede da Associação, na estrada do Meia Lua. Além desses locais, foram projetados também na Cooperativa e nos kaikans das colônias de JAMIC e Santana.” (Kanazawa, J.N. 2004, pág. 27)

Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.25
Grupo de moças e de idosos em homenagem aos idosos (keirokai) dácada de 50.
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.26
Sede da Associação Japonesa em Jacareí em sede de sapê)
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.19

8 comentários:

  1. Os japoneses, diferentemente (sem ofensas) dos europeus que se instalaram no sul do país, acabaram se entrosando com os brasileiros.
    Com o tempo, o convívio passou a ser cada vez melhor (apesar da guerra) e hoje convivemos tranquilamente, sem bairrismos e com respeito às culturas de uns e outros.

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  2. Heribaldo Dhein Hamasaki, (Via Facebook)
    Meu avô Yuziro Hamasaki foi morador da nossa Jacareí. Talvez tenha sido um dos primeiros imigrantes a morar aqui.

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  3. Jose Narita (Via Facebook)
    Meus ancestrais (Tanisho e Narita), vindos de Tremembé (próximo a Taubaté) se radicaram em Jacareí em 1936, adquirindo o Bar e Restaurante Brasil na Praça João Pessoa (hoje Conde Frontin), parada obrigatória dos ônibus que se dirigiam a São Paulo, até 1943. Em 1949 José Q. Tanisho iniciou a fabricação das Balas Japonesa tão afamadas quanto os Biscoutos Jacareí.

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  4. Jose Narita (Via Facebook)
    Uma retificação: O Bar Brasil foi do meu Tio João T. Tanisho. Tio José Q. Tanisho foi fabricante das "Balas Japonesa" que ficaram tão famosas como os "Biscoutos Jacareí".

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  5. Fernando Cesar (Via Facebook)
    Essas balas eram minha alegria e a dos dentistas tb.

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  6. Amei conhecer as histórias destas familias.Conheço os descentendes deles.

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  7. Amei conhecer as histórias destas familias.Conheço os descentendes deles.

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  8. José Massamiti Narita (Via Facebook) Uma vez mais peço desculpas pela intromissão mas, o Bar Brasil foi adquirido pelo meu Avô, também apelidado de José, Isataro Tanisho, Pai da minha Mãe. José Quiotaque (meu Tio) era filho dele (criador das Balas Japonesa). (Retificação para que a história fique correta).

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