Gravura de Debret dominio público |
Os ritos de passagem, dentre os quais o sepultamento dos mortos,
foi questão de ordem religiosa, antes de se tornar um problema social. Os povos
greco romanos enterravam seus mortos fora das cidades. O culto aos mártires,
introduzido pelo cristianismo, fomentou a ideia de que a colocação dos mortos
em lugares santos, "traria vida
eterna e ressurreição para a alma e segurança para o corpo" (Ana Luiza do Patrocínio, citando Luiz de Camargo)*
Isso explica o costume de se enterrar os mortos dentro de igrejas
e ao seu derredor, praticado no Brasil Colônia.
Com base no Relatório Provincial de 1852,
que traz os dados sobre Irmandades e Cemitérios presentes nas diversas Matrizes
da Província, ficamos sabendo, dentre outras cidades, que “Bananal possuía na época 4 Irmandades e 15 cemitérios,
Pindamonhangaba tinha 3 irmandades e 6 cemitérios, Taubaté 7 Irmandades e 6
cemitérios, São José dos Campos 2 Irmandades e 1 cemitério e Jacareí 4
Irmandades e 2 cemitérios.” ( Ana Luiza do Patrocínio)
Em ofício de 16 de março de 1852, temos a
informação de que a renda da Matriz era de $640 por pessoa enterrada, existindo
enterramentos nos cemitérios do Bom Sucesso, do Rosário, e nas igrejas, sem
especificar quais.
"A
presença de vivos cada vez maior perto dos mortos deve ter acirrado antigos debates e feito surgir novos, pois em
ofício de 18/08/1858, a Câmara Municipal alegou que recebeu uma
informação
de que havia 4.000$ destinados à construção de um cemitério, por conta das
necessidades públicas." [...] Porém a década de 1860 passou em branco, até
que em 5 de agosto de 1870, o pároco de Jacareí, José Bento de Andrade, pediu permissão
para benzer o cemitério municipal de Jacarehy, da região do Aterrado do mesmo
nome." (Ana Luiza do
Patrocínio)
* Dados retirados do livro Jacareí: Quotidiano & Sociedade, de 1840 a 1870, de Ana Luiza do Patrocínio, Editora Scortecci, 2012.
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