sexta-feira, 28 de junho de 2013


Licor de pitanga

 Esta foto, quando foi vista pelo professor Nelson Pesciotta, recebeu o seguinte comentário:"Ludmila,acredite: Lembro-me do Restaurante do Antonio, por volta de 1946, e que era ponto para os ônibus da Pássaro Marrom, nas minhas idas para SP em estrada poeirenta. Que saudade!".



"Seu Odilon, eu lhe trouxe um pouco de licor de pitanga que meu pai preparou" disse eu, um dia, lá no passado, entregando ao meu amigo uma garrafa de licor caseiro. Aliás, meu pai fazia licor com tudo que é fruta da época. Fazia vodca também, mas, essa receita era um segredo militar, que ele não partilhava com ninguém! Apenas presenteava aos amigos, e, aqueles que a provaram, sempre pediram bis!
Agora, a receita do licor do pai é a seguinte:
Colher, no pé, pitangas bem vermelhas.
Lavá-las bem, deixar escorrer numa peneira fina, e depois, ainda sobre uma toalha de cozinha para secarem bem. Colocar, em seguida num recipiente de vidro e cobri-las com álcool de cereais. Deixar macerando durante uns 15 dias. Passado esse tempo, coar o liquido num pano, sem apertar para não ferir a delicada polpa com as sementes, o que deixará o licor amargo.  À parte, fazer um xarope, em ponto de fio, com açúcar e água e  deixar esfriar . Depois de frio acrescentar ao líquido que estava em maceração. Mexer bem com uma colher de pau e colocar num garrafão. Deixar envelhecer durante mais ou menos uns 3 meses, chacoalhando o garrafão uma vez por dia. Quanto mais velho, mais saboroso fica.
A proporção é a seguinte: Para 1 litro de suco de pitanga macerado, usar 1litro de álcool de cereais, ou aguardente de boa qualidade, 1 kg de açúcar e meio litro de água.
Vendo o pai fazer esse licor, lembrei-me de quem também fazia um licor de pitanga que virou história:Gilberto Freire

Na Folha Ilustríssima, do Jornal Folha de São Paulo de 7/11/10, Edson Nery da Fonseca escreveu:
“ Gilberto Freire seduzia-nos também pela cordialidade com que nos recebia em sua casa de Apipucos, no Recife, oferecendo o conhaque de pitanga por ele mesmo artesanalmente fabricado e do qual só revelava três ingredientes, esclarecendo que os outros eram "segredos quase maçônicos": "suco de pitangas colhidas em nosso sítio, cachaça de cabeça fornecida por boas engenhocas das redondezas e licor de violetas fabricado por freiras virgens e místicas".

Bem, infelizmente, eu não tive a oportunidade de provar esse fantástico conhaque de pitanga de Freire, e nem meu pai teve acesso ao licor de violetas de freiras virgens e místicas, mas, que o licor d e pitanga do seu Vlady  era muito bom, eu garanto que era! Experimentem fazer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este comentário será exibido após aprovação do proprietário.