domingo, 1 de setembro de 2013


1.817- Vila de Jacareí pela descrição de Spix e Martius


Mulher com bócio, ilustração com releitura de Boscopontocom
 “Ao sul de Taubaté, a estrada do Vale do Paraíba vai subindo sobre colinas úmidas, cobertas de matas com belas samambaias Aróideas e Melastomáceas, que procuram a água...Após dois dias de viagem por campinas verdes, alternadas com mato baixo nas quais passamos por Vendas de Campo
Grande, Saída do Campo, Paranangaba e a pequena Vila de São José, chegamos à vila de Jacareí (rio dos jacarés na língua geral) onde resolvemos descansar um pouco.

....Entre os habitantes dessa região, observa-se um intumescimento endêmico das glândulas do pescoço em tão alto grau, como nunca talvez aconteça na Europa. As vezes, todo o pescoço fica tomado da inchação, o que dá a essa gente na maioria de cor, uma horrível aparência. Parece, entretanto, que no país se considera o bócio mais embelezamento do que deformação, pois não é raro verem-se mulheres com o monstruoso bócio
enfeitado de correntes de ouro e prata a se exibirem, de cachimbo na boca ou com o fuso na mão, sentadas diante de suas casas.
Negros, mulatos e mamelucos, que formam a maior parte da população sofrem desse mal, entre os brancos, as mulheres são mais sujeitas que os homens.As causas dessa deformação parecem ser aqui as mesmas que em outros países, isto é, a doença não dá nas altas regiões mais frias e ventiladas,
porém, no Vale do Paraíba, quase sempre coberto de nevoeiro denso...”
(Spix e Martius apud Lencioni, C. 1991 .pág. 19).

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